quarta-feira, 29 de maio de 2013

REINO DOS OPOSTOS

Surpreendente o meio em que vivemos,
estonteantes experiências virão.
Nunca o bem existe sem o mal,
tampouco há justiça sem desordem.

Que seria da virtude sem pecado;
luz teria graça sem trevas?
Valeria a saúde sem ameaça de doença,
alegria sobreviveria sem tristeza?

Há eterna dependência entre opostos:
encanto do dia se deve à luz-escuridão.
Juventude sem velhice é um paradoxo;
santidade sem pecado algo estranho.

Se o bem é conquista, o mal é a realidade;
pela estranheza da polaridade a criança se afirma.
A realidade transcende nossa consciência;
minhas convicções incluem ambivalências.

Não há harmonia sem paradoxal oposição
como é impossível ter ideias imutáveis.
Juventude fechada em si
terá a aridez da velhice sem sonho.

Se a realidade é a soma de dualismos,
a diversidade é a alma da música e da arte.
O feio e o belo pertencem à mesma realidade,
como o dia e a noite são inseparáveis.

Ordem, retidão e moralidade são devedores
de anormalidade, ignorância e confusão.
Partes integrantes da mesma unidade
somos gritante diversidade.

Como na verdade, não raro, sinal de inverdade,
não progredimos sem alguma derrota.
Quem não assume suas fragilidades,
não transforma desafios e promessas.

Viver é acostumar-se ao incerto,
familiarizar-se com experiências novas.
Sem o vazio dentro ou fora de si,
não há esforço de crescer.

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