O evangelho fala de Tomé
que decide ‘duvidar’ do que
que decide ‘duvidar’ do que
os companheiros relatam
a respeito do reencontro com Jesus.
a respeito do reencontro com Jesus.
Dúvida saudável que reclama um Jesus
inserido na realidade cotidiana,
inserido na realidade cotidiana,
na retidão libertadora da fé
e na responsabilidade da cidadania solidária.
e na responsabilidade da cidadania solidária.
A dúvida passa a ser reprimida quando o amor
é de aparência, sobrando medo ou fingimento. Em vez de entrega, um fazer de
conta. Fé, amor, amizade não repousam sobre certeza racional, não se impõem.
Onde poder é baseado no interesse, a dúvida é inimigo maior; quanto mais impositivo,
maior sua fragilidade, maior a resistência, maiores a rejeição, a
agressividade.
Fé suspeita, crença leviana - sem evidência -
são porta aberta para toda forma de projeção; insegurança, angústia proporcionais
à ausência de maturidade. Quem constrói relações no respeito a limites, não se
perturba por ser ‘peregrino’ e, muito menos, culpa outros de uma desilusão
sofrida. Por outro lado, quem espera demais, é frustrado com dúvidas amargas.
Tomé
se revela firme em sua posição. Digna-se reconhecer Jesus, caso se apresenta
marcado por sinais de compromisso com a realidade, com as pessoas, com o sonho
que o inspirou quando vivo. Jesus é o Mestre que resistiu aos doutores da lei,
enfrentou poderosos injustos e se comprometeu com os excluídos. O ressuscitado,
marcado por esses valores, Tomé o reconhece.
Rica lição. Longe de nós uma fácil
acomodação. De um lado, nada de cobrar demais - de si, da vida, dos outros, de
Deus. Longe de nós exigir a perfeição, aguardar passivo a mudança que se impõe
e longe de nós também o desânimo, a revolta, o desespero, a intolerância. Não
façamos da dúvida nem refúgio nem flagelo. O amor nos conduz, a solidariedade
seja nossa companheira.
Frei Cláudio van Balen