sexta-feira, 16 de março de 2012

POR FALAR DE DEUS ...

Edmundo, criança ainda, foi abandonado pela mãe e maltratado pelo pai. Tornou-se morador de rua, em meio a toda forma de violência.

Certo dia, sentou ao lado de um mendigo em um velho banco. O ‘senhor Leo’ se fez amigo e o instruiu na capacidade de ler. Bem mais tarde, reconheceu que ‘sentou ao lado de Deus’. Pouco a pouco, ele se reconciliou consigo. Aprendeu que o sofrimento, sendo uma lembrança, nunca deve ser uma ‘ferida’.

Edmundo se fez amigo da história de sua história. Esquecer o passado, isso não conseguiu, mas cresceu em dignidade interior.

Mais tarde, já casado, assumiu a missão de testemunhar o milagre de sua vida em escolas e cadeias. Seu testemunho ajudou muitos para abandonar o mal e seguir pelo caminho da compaixão.

Mostrou que “Deus é maior que nosso coração” (1 Jo 3,20).

Todos temos uma centelha de Deus em nós. Nas comunidades da Igreja e nas instituições estatais, passamos a abusar facilmente do poder quando nos movemos em estruturas hierárquicas e nos projetamos como pessoas intocáveis.
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Se o sentimento é a linguagem da alma, quem sabe, Deus é a pele de minha emoção. A todo momento, ele me testa no confronto com desafios que me envolvem, questões que me perturbam.

Sinto uma presença amiga que, sorrindo, me confirma e, rindo de si, zomba amigavelmente de mim.

Deus... Minha inspiração ele é. Ressoa na superfície e no íntimo do que passo e sinto, temo e acolho, avalio e realizo.

Sim, é Deus, em mim, que aprecia, critica, elogia e relativiza o tanto que faço e deixei de fazer. Até parece que ele é Anjo de Guarda que, escondido e atento, me socorre, adverte e fortalece.

Sua luz aparece no que há de nobre em mim e no que, às vezes, avalio como dispensável. Parece que , em mim, há algo de Deus que, volta e meia, ri de si e foge de mim. Convence-me de que estou a serviço dele.

Um tanto assustado, o sinto brincar comigo para incluir outros em seu abraço. Aí, querendo ou não, só me resta valorizá-los.

Sem nada fazer – assim me parece – tropeço em Deus e, entre lágrimas e risos, ele me faz sentir minhas limitações e meu valor.

Sem o perceber, me vejo sorrindo e sinto um afago seu. Reconheço o quanto ainda sou o que não devo ser. Mergulho dentro de mim e pisco para Deus; e lhe dou razão pelo quanto ainda se frustra por investir tempo e energia em pessoas como eu.

Só me resta perguntar: Será que eu... sou eu mesmo? Será que Deus é, de fato, o que eu imagino?

Não raro, me sinto em um tipo de circo, em que há leveza em clima de brincadeira. Mas aí vem outra pergunta: O que ele mais quer é que eu aprenda a brincar?

Vai ver que o Reino é dos que cultivam jocosidade. Deus, então, é o que há de mais sólido e de mais leve em mim, embora paradoxal.

Urge que, no fim do dia, eu reconheça - após algum êxito e fracasso - “FOI-SE, ESTÁ FEITO; É BOM ASSIM”. Em paz, concluo: ‘Pronto’.

Eis algo essencial: Em vez de ir em busca de Deus, bem farei em me deixar encontrar por ele. Não estou sempre grudado a seu mistério? Mais do que invocá-lo, convém reconhecer-me
acolhido em seu amor.

Em vez de eu mesmo me colocar sob seu olhar, basta sentir-me envolvido por sua ternura. Por que gastar energia para andar na sua presença? Antes, eu me sinta como um nenê colado ao peito de sua mãe.

Afinal, Deus é o lado de dentro de mim e também o que se agita do lado de fora. Ele é qual convite: “Por favor, me acolhe como mistério maior que te impregna e envolve”.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE

SAÚDE PÚBLICA

Todo cidadão tem direito à saúde. Desde o início, cristãos se fizeram promotores da dignidade de todo ser humano no setor de saúde. Com o passar do tempo, o poder público assumiu como um dos seus objetivos primordiais: cuidar da prevenção e promoção da saúde. Em nossos dias, lamentavelmente, o proselitismo político e religioso ainda tende a transformar serviços de saúde popular em interesses eleitorais e institucionais.

Além disso, a indústria médica, não raro, visa resultados financeiros e particulares. Ao mesmo tempo, o poder político usa os meios de acesso à saúde –para fins eleitorais (ambulâncias). Acontece também que a autoridade política zera o déficit público em vez de investir na saúde do povo - objetivo essencial.

Na presente Campanha da Fraternidade, o objetivo é pressionar comunidades e indivíduos para zelar pela saúde, conscientizando e estimulando o poder público a prosseguir nos esforços de colocar a saúde ao alcance do povo. Merece um voto de confiança e de aplauso o que tem sido realizado de positivo pela SUS, sendo necessário seu aperfeiçoamento.

Gloriamo-nos da exemplar atuação de nossa Comunidade Carmo-Sion por seu generoso desempenho pela saúde do povo carente, de perto e de longe.
Há décadas, que o zelo pela saúde é marca benemérita de nossa paróquia, graças ao trabalho abnegado de inúmeros voluntários.

Gratidão também às instituições públicas que demonstram sua valiosa colaboração com nossas iniciativas comunitárias.