quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

O DEUS NO QUAL ACREDITO

Continuo aprendendo em que Deus posso acreditar, pois não domino o Sopro que me habita e, muito menos, a Cadência que rege a história. Ele contém em si a origem do Universo e a menor das sementes; é o cerne de meu ser e viver. É muito maior que Santos e Dogmas metafísicos. O Deus no qual sou convidado a crer é Amor-Compaixão.

Origem de tudo e todos, impotente no poder e poderoso na fragilidade; dignidade na vida e serenidade na morte; amor no ódio e doação na presença; sustento de tudo e todos, porém dependente do mais ínfimo dos seres. Balbucia em criaturas e fatos: anuncia a candura de sua grandeza, o valor de cada um e de tudo que enriquece nosso planeta.

Sua ‘revelação’ é silêncio perpétuo, captado em gemidos sorridentes de quem o localiza em tudo o que se faz neste mundo. Orientações e parábolas anunciam a grandeza, da qual Deus se faz o maior propagador. Confronta-nos com nossa pequenez e pede desculpas, pacificando-nos em nossa humana condição. Corações o acolhem e nele se inspiram.

Imagino-o ajoelhado diante de um pobre pecador, pedindo compreensão por se revelar em tanta humildade. O Deus em quem aceito crer é quem se esconde em um andarilho, para que esse se enobreça e extraviados se gloriem, acolhendo ouro no pó da terra - homenagem a seu Deus. O que aos menos valorizados fazemos, ao divino Amigo é feito.

Ele dedilha silencio na eloqüente linguagem dos fatos de cada dia. Honra lhe presta quem assume sua própria missão neste universo e a fragilidade do paradoxal ser humano. Felizes e abençoados quando, assim, deixamos Deus ser Deus, até como ausência: Por que me abandonaste?! - fixando ele pés feridos no chão da vida, abraçando transeuntes.

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