Surpreendente o meio em que vivemos,
estonteantes experiências virão.
Nunca o bem existe sem o mal,
tampouco há justiça sem desordem.
Que seria da virtude sem pecado;
luz teria graça sem trevas?
Valeria a saúde sem ameaça de doença,
alegria sobreviveria sem tristeza?
Há eterna dependência entre opostos:
encanto do dia se deve à luz-escuridão.
Juventude sem velhice é um paradoxo;
santidade sem pecado algo estranho.
Se o bem é conquista, o mal é a realidade;
pela estranheza da polaridade a criança se afirma.
A realidade transcende nossa consciência;
minhas convicções incluem ambivalências.
Não há harmonia sem paradoxal oposição
como é impossível ter ideias imutáveis.
Juventude fechada em si
terá a aridez da velhice sem sonho.
terá a aridez da velhice sem sonho.
Se a realidade é a soma de dualismos,
a diversidade é a alma da música e da arte.
O feio e o belo pertencem à mesma realidade,
como o dia e a noite são inseparáveis.
Ordem, retidão e moralidade são devedores
de anormalidade, ignorância e confusão.
Partes integrantes da mesma unidade
somos gritante diversidade.
Como na verdade, não raro, sinal de inverdade,
não progredimos sem alguma derrota.
Quem não assume suas fragilidades,
não transforma desafios e promessas.
Viver é acostumar-se ao incerto,
familiarizar-se com experiências novas.
Sem o vazio dentro ou fora de si,
não há esforço de crescer.
não há esforço de crescer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário